Empatia falha...
A empatia é o ponto central da Comunicação Não
Violenta (CNV), tem origem no grego empatheia,
que significava "paixão", pressupõe uma comunicação afetiva com
outra pessoa, ou seja, a conexão é mais importante do que acertar como falar.
Ela gera autocompaixão e um estado de
entendimento respeitoso, presença plena a outra pessoa, seguir o outro em suas
dores e alegrias, além de alinhar suas intenções e compreensão em um diálogo.
Mas quando há um assalto seguido de morte, quero
a punição sumária ou pena de morte ao assassino, pela dor que sinto pela vítima?
Não vejo um criminoso como uma ameaça, não
sinto desprezo ou classifico como rato de esgoto. Entretanto, porque quero que aquele
que usurpou a liberdade do outro existir apodreça na cadeia?
Talvez, pois, tive empatia, compaixão e amor
apenas pela vítima e não pelo criminoso. Ao ver a violência explicita, eu me
importo com a quem sofreu e suas consequências e quero que punição sobre isto!
Porque será que quero condenação ao criminoso? Em A
Teoria dos Sentimentos Morais, publicado em 1759, Adam Smith observa que quando
vemos alguém ser ferido por outra pessoa, alimentamos o desejo por vingança, isto
pode turvar minha observação e me leva a condenação do outro.
E se eu não assistisse um vídeo ou uma foto do
crime, eu seria mais receptivo ou buscaria uma discussão mais equilibrada do
crime e de quem cometeu?
A mídia e a política têm papel fundamental em
sua metodologia de gerar medo e raiva para controle das massas, pois utiliza
notícias detalhadas sobre o crime e vítima, incluindo depoimentos de muito
sofrimento maximizado por fatores como raça, sexo, atratividade física e papel
social. Desta forma entusiasmando para condenação e pena de morte como forma de
minimizar a dor e “extermínio” da violência.
E eu como fico? Um cara que é praticante da
CNV?
Sei que ao julgar um pessoa, o medo, raiva e outro sentimentos mais
ternos podem me levar as escolhas horríveis e trágicas para atendimento das minhas necessidades de segurança, liberdade, evolução, respeito, bem-estar, ordem entre tantas outras.
Portanto, quero ver pessoas que comentam
crimes, sendo julgados pelo sistema judiciário, encarcerados e reabilitados não por satisfação de
vingança, mas sim, porque há um ser humano que buscou estratégias violentas
para suprir suas necessidades, além da prevenção de ações futuras que desestabilizem a
sociedade.
Texto baseado em parte do do artigo O lado obscuro da empatia por Paul Bloom/The
Atlantic - 13.01.2017
Entendo q este sentimento. Assim como o modo como o assassino opera é fruto do estado de evolução em que o homem se encontra. Não poderá alguém pedir a família da vítima que sinta diferente srntimento. Senão o sentimento de revolta. Vez que outro sentimento é incompatível com a evolução daquele ser. Assim como não é possível dizer ao assassino q ele ñ deve matar. Pq o estado de evolução q ele se encontra é aquele. Por isso é enquanto todos ñ evoluírem há q se ter os mecanismos sociais para diminuir o grau de violência das vítimas e dos agressores. O homem já evoluiu um pouco. Vez q já criou os mecanismos.
ResponderExcluirMuito interessante seu comentário. Eu gostaria de clarear que o luto da família que sofreu a violência deve ser respeito é um memorial para as pessoas, mas acredito que os mecanismos da lei devem ser respeitados num caso de condenação de um criminoso com prática social e de mecanismos que vc mencionou e não um pensamento de punição mediante a vingança, faz sentido?
ExcluirO que percebi este dias é que vi um vídeo de um assalto, no qual a vítima agrediu e deixou o assaltante inconsciente, ai pensei "o cara não pediu", tipo bem feito, mas ocorreu que vi homicidas na delegacia, mas não vi a morte e me trouxe um sentimento diferente "que triste situação da vítima e dos criminosos", faz cumprir a lei... tive empatia com a vítima e com o agressor... a questão é não vi de fato a morte, como disse no texto. Faz sentido?